
Reportagem: Jorge Matias – DAV
Com objetivo de diminuir o contágio e prevenir a população contra o coronavírus, o governador do Estado, Carlos Moisés, prorrogou por mais sete dias, o período de restrições ao convívio social. A decisão foi comunicada neste domingo (29). No entanto, autoridades e entidades do município discordam da determinação, que segundo elas deve gerar impactos econômicos significativos tanto no meio industrial como o comercial.
Conforme o prefeito de Rio do Sul, José Thomé, a decisão foi tomada sem embasamento técnico.
“No Alto Vale não temos nenhum caso confirmado. É necessário isolar as pessoas que integram os grupos de risco, os demais devem continuar a atividade econômica, que precisa ser retomada”, avaliou.
Thomé ainda disse que a recessão que está por vir é sem precedentes na história.
“Nós teremos problemas gravíssimos em todas as áreas como saúde, segurança pública e questões sanitárias”, disse. “Qual é o plano econômico adotado pelo Estado referente às micro e pequenas empresas? Isso não está sendo levado em consideração”, afirmou.
O Governo do Estado declarou que a medida está fundamentada na experiência de cidades e países que demoraram a agir e agora não têm capacidade para conter o avanço da Civid-19.
“A decisão está alinhada ao que propõe o Ministério da Saúde, para que o Sistema Único de Saúde tenha tempo de preparar melhor a estrutura e os profissionais de saúde”, disse Moisés.
O presidente da Associação Empresarial de Rio do Sul (Acirs), Eduardo Schroeder, informou que a entidade elaborou um ofício que foi encaminhado ao Governo.
“Solicitamos a liberação gradativa de empresas, industrias e comércios que não apresentam riscos, com objetivo de garantir a continuidade dos empregos”, comentou.
Schroeder disse ainda que a prorrogação do isolamento social foi uma surpresa.
“Acredito que o governador tenha informação junto a sua equipe para tomar essa decisão. No entanto, precisamos de mais representantes de empresas e comércios dentro do conselho que define esse tipo de medida”, ressaltou.
Em nota a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Rio do Sul disse que entende a importância dos cuidados referentes a pandemia, entretanto, a entidade declarou que as atividades econômicas devem ser retomadas, “pois os reflexos nos empregos e nas empresas serão irreversíveis caso se mantenha a quarentena por mais tempo”, descre
A CDL ainda declarou que entende a gravidade da pandemia, mas que é “desfavorável ao ato de simplesmente prorrogar o decreto estadual, tendo em vista que o comércio representa 29% do total de empresas da cidade”.
O que disse o governador
Na manhã deste domingo (29), o chefe do Executivo estadual comunicou a decisão aos prefeitos e, à tarde, se reuniu com os chefes dos demais Poderes. Moisés solicitou aos gestores das cidades que as medidas adotadas estejam iguais às definidas pelo Governo do Estado.
“Vidas não têm preço. A economia e os empregos nós poderemos recuperar, mas as vidas não. O momento é de ficar em casa. Vamos seguir as recomendações das autoridades de saúde, inclusive do ministro Luiz Henrique Mandetta, que ontem atestou que a melhor forma de manter o controle do coronavírus é o isolamento social”, avaliou.