Em Ituporanga as principais ocorrências são para captura de cobras e aranhas. A orientação é que o Corpo de Bombeiros seja acionado para evitar riscos e garantir a segurança de todos.
Reportagem: Rafaela Correa/DAV
Em épocas de calor e maior incidência de chuvas, a atividade de animais peçonhentos em áreas próximas de matas e rios aumenta. Sobretudo em áreas rurais, a presença de cobras em residências e galpões é comum, pois os animais buscam por abrigo e alimento. A orientação do Corpo de Bombeiros é para que, ao avistar o animal, seja realizado um chamado com objetivo de evitar acidentes e garantir a segurança de todos.
De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar de Ituporanga, os tipos de animais encontrados variam de região para região, mas no Alto Vale, a maior parte das ocorrências envolvem as cobras jararacas e corais e aranhas marrons e armadeiras, que são muito perigosas.
A maior orientação é no sentido de prevenir acidentes, além de cuidados preventivos, como manter distância dos animais, não tentar fazer captura e chamar uma equipe de resgate que recebe treinamento para esse tipo de situação através do 193.
“Manter quintais limpos, evitar acúmulo de entulho, madeiras e lixo ajuda a manter esses animais afastados. Pois frequentemente esses fatores fazem com o que animais, como pequenos roedores, se proliferem, atraindo cobras e outros animais perigosos. Fato curioso é o gambá, um importante animal que faz controle de animais como cobras, pois se alimentam delas. Sempre recomendamos também não matar esses animais pois fazem parte importante do ecossistema de controle”, destaca o Corpo de Bombeiros.
Além disso, usar botas e luvas ao mexer em materiais armazenados ao ar livre, não colocar as mãos ou pés em buracos, troncos ocos ou locais com pouca visibilidade, iluminar o caminho ao andar em áreas externas à noite pode evitar problemas. Caso haja algum tipo de acidente, é importante não passar nenhum tipo de produto, como borra de café, pasta de dente ou medicação no local. Também não é adequado tentar fazer sangria no local, comprimir, perfurar ou fazer torniquete.. Sugar o veneno ou capturar a cobra não é indicado. O mais importante é manter a calma, tentar identificar a cobra ou animal peçonhento responsável pela picada, manter-se hidratado, retirar objetos ou acessórios para evitar que o inchaço prejudique a circulação, manter o membro o mais imóvel possível e acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros no 193.
Em Blumenau, a incidência de cobras em residência chama a atenção, uma vez que os chamados são quase que diários. Já em Ituporanga, entre novembro de 2024 e março de 2025, foram 19 ocorrências relacionadas a animais peçonhentos. Sendo que 16 foram para captura de cobra e outras duas para aranha armadeira. Um menino também foi picado por cobra jararaca enquanto mexia em caixas de cebola que estavam em um rancho.

Resgate de animais peçonhentos
Ao receber o chamado, a equipe se desloca até o local e faz uma avaliação da situação. Se necessário. A captura é realizada de forma segura, seguindo técnicas que minimizam o risco tanto para os bombeiros quanto para o animal. Depois, ele é encaminhado para um local apropriado, se o animal não está ferido e há um local seguro para soltura próximo, ele pode ser devolvido ao meio ambiente imediatamente. Caso esteja machucado ou debilitado, a polícia ambiental é chamada para fazer a captura.
Para o resgate de animais são utilizadas ferramentas específicas, como um gancho ou pinça para captura, podendo ser manuseados a distância segura para evitar acidentes. Após a captura eles são colocados dentro de caixas de madeira feitas para esse fim específico. Equipamentos de proteção individual (EPIs), como luvas de vaqueta e perneiras, as vezes, são usados quando inevitavelmente os animais precisam ser manuseados a uma distância menor.
O maior desafio é a captura em locais de difícil acesso, como telhados, entulhos e vegetação densa. Pois há um risco maior de, durante a busca, acontecer algum acidente. Além disso, algumas pessoas que buscam ajuda do Corpo de Bombeiros, tentam interagir com o animal antes da chegada da equipe, aumentando os riscos.