Vigário Judicial da Diocese de Lages afirma que padre foi afastado e que além do inquérito policial uma investigação canônica deve ser iniciada

Reportagem: Rafaela Correa/ DAV com informações da Rádio Clube de Lages

Em entrevista fornecida para a repórter Schaina Marcon, da Rádio Clube, em Lages, a mãe de um menino de 13 anos contou que o filho teria sido abusado sexualmente por um padre enquanto ajudava em mudança na igreja. Ela comenta que o padre pediu a ajuda do menino com os serviços na igreja e como os pais o conheciam, deixaram o menino ir.

Os trabalhos demoraram, mas o padre o levou até em casa. A mãe percebeu que o filho estava diferente, mas ele não contou nada naquele momento. No dia seguinte, o garoto contou o que havia acontecido para a irmã, que falou para a mãe. No mesmo momento foi registrado um Boletim de Ocorrência e exames também foram feitos.

Ainda de acordo com relato da mãe, o menino ajudou na mudança durante algum tempo e depois teria sido convidado para ir até a casa do padre ao lado tomar um suco antes de continuar com o serviço na igreja. Depois disso, o menino não recorda de quase nada e afirma ter acordado quando o padre levou para o banho.

A mãe acredita que o menino tenha sido dopado, já que o menino afirma não ter visto. Exames foram feitos para comprovar. Para obter provas, foram enviadas mensagens via Whatsapp na presença da Polícia Militar. Nas conversas, ele fala sobre o ato e confirma o que teria acontecido. Além disso, as falas dele levam a crer na possibilidade de outros abusos.

Ainda de acordo com a mãe, o filho está muito abalado psicologicamente, chora de dor, medo, e não quer ir para a escola.

A Defesa do padre afirma ter solicitado acesso ao inquérito policial que conta apenas com o Boletim De Ocorrência e laudo pericial na documentação acostada. A defesa colocou de prontidão de eventuais esclarecimentos, o investigado e estará trabalhando para juntar documentos necessários ao esclarecimento do feito.

Em entrevista ao repórter Amarildo Volpato, da Rádio Clube, o Vigário Judicial da Diocese de Lages, padre Davi Bruno Goedert, afirmou nesta sexta-feira (27), que o bispo diocesano de Lages, após tomar conhecimento do caso, determinou o afastamento da função de pároco que o padre exercia na comunidade. A segunda decisão foi de que ele não pode continuar residindo na casa paroquial. O próximo passo é uma investigação canônica, paralela ao inquérito policial, que vai ouvir a vítima, familiares, testemunhas, acusado e a partir disso vai dar seu parecer sobre o ocorrido e toda a documentação juntada no procedimento será enviada para a Roma. Após, Roma poderá abrir um processo penal canônico, essa seria uma terceira fase para chegar a resolução do caso. O prazo da investigação da igreja é de 15 dias e se necessário pode haver prorrogação do período. Ele afirmou ainda que a igreja vai colaborar com a Justiça.