A vida estável que a família Gubler Biff, de Ibirama, levava no Brasil não foi suficiente para impedir a realização de um sonho. Com fé e coragem, eles mudaram definitivamente para a Suíça e agora mostram a nova fase através do perfil @nossavidasuica para inspirar outras pessoas.
Reportagem: Rafaela Correa/DAV
Deixar para trás uma vida estável, emprego fixo, casa própria e familiares para recomeçar em outro país não é uma decisão fácil. Mas depois de muito planejamento e reflexão, a família Gubler Biff decidiu mudar definitivamente para a Suíça em busca de tempo de qualidade, segurança e novas possibilidades para os filhos.
Jaqueline Gubler é brasileira e cidadã suíça, casada com Jardel Biff e mãe do Henrique de oito anos e do Murilo de cinco. Eles tinham uma vida estável no município de Ibirama, região do Alto Vale, em Santa Catarina, quando decidiram que seria o momento de começar algo novo.
Segundo ela, o desejo era poder viver em um lugar com mais segurança, educação pública de qualidade e que proporcionasse mais equilíbrio entre trabalho e vida em família. “Queríamos mais tempo de qualidade com os nossos filhos, mais presença, mais experiências juntos. Perceber que nas férias escolares as crianças estavam viajando sem mim, porque eu não conseguia parar de trabalhar, foi um ponto que mexeu muito comigo”, revela.
Aos poucos, a ideia de mudança foi ficando mais sólida e o que antes era um plano, estava prestes a se tornar realidade. Jaqueline conta que a escolha pela Suíça foi natural, uma vez que ela já possuía cidadania suíça por parte do tataravô que veio para o Brasil em 1908.
“Isso sempre foi parte da minha história, mas por muito tempo esteve adormecido, como algo distante. Quando começamos a pensar em oferecer uma vida com mais segurança, estrutura, educação pública de qualidade e oportunidades para os nossos filhos, a Suíça se tornou uma escolha natural. Não porque não amávamos o Brasil ou a vida que construímos lá, mas porque sentimos que aqui poderíamos proporcionar a eles um futuro com mais possibilidades”, destaca.
O primeiro passo para a mudança foi o planejamento. A família organizou a documentação necessária, vendeu os pertences, alugaram a casa que moravam e se despediram da vida em Ibirama. “Não foi nada fácil. Choramos muito ao dizer tchau para a família, para os amigos e para tudo que era conhecido. Deixamos estabilidade, conforto e uma rotina previsível para trás”, comenta.
Um dos desafios que estão sendo enfrentados são em relação ao idioma alemão. Apesar de estarem estudando, a comunicação tem sido um desafio. “Desde ir à prefeitura até explicar uma dor de barriga na farmácia. Mas cada pequena conquista vira motivo de comemoração”, disse Jaqueline.
Morando há poucos dias na Suíça, ela compartilha através do perfil no Instagram @nossavidasuica, o cotidiano da família, adaptação na nova cidade St.Gallen e até detalhes de planejamento e documentação, com objetivo de mostrar a realidade da mudança e inspirar quem busca um recomeço como o deles.
“Chegamos há poucos dias. Ainda estamos em processo de adaptação: conhecendo a cidade de St. Gallen na parte alemã da Suíça e resolvendo burocracias, aprendendo a usar a máquina de lavar do prédio, acostumando com o silêncio, a pontualidade e as regras daqui. Os meninos vão começar na escola agora. A saudade da família aperta, mas a vontade de fazer dar certo fala mais alto”, afirma.
Perfil @nossavidasuica
Desde o dia em que começaram a planejar a mudança e começaram a pesquisar como é a vida no país, sobretudo com crianças, a família encontrou poucas informações reais mostrando o dia a dia de quem reside lá. Foi aí que surgiu a ideia de criar um perfil no Instagram e um canal no YouTube com objetivo de compartilhar a experiência de forma mais realista.
“Queremos ajudar outras pessoas que estão buscando informações, passando pelo mesmo processo ou que simplesmente têm curiosidade sobre como é recomeçar a vida num país como a Suíça. Mostramos o que é bonito, mas também o que é desafiador. Porque mudar de país com filhos, sem conhecer ninguém, é uma mistura de coragem, fé e muitos aprendizados diários. Recomeçar é difícil, mas é mais bonito quando a gente entende que Deus não tira algo da gente: Ele nos empurra pra algo maior. E é isso que estamos vivendo aqui.”, finaliza.


